terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dia do Músico

Nessa data especial, vamos postar a maior homenagem (em forma de texto) que já recebemos. Ela vem do blog Out of the Box – administrado pelo músico Leo Lanzarin, do Rio de Janeiro. 

A seguir, confira a resenha na íntegra.

Resgatando o Rock: Sorte a Sul


Esta semana vou falar da banda Sorte a Sul. Esta eu conheci através do PalcoMP3 [www.palcomp3.com/sorteasul], onde também costumo garimpar atrás de bandas legais. Sorte a Sul é uma banda de Curitiba que começou a engatinhar em 2007 e se consolidou em 2009.

Com um som muito bem ritmado, fazem um pop-rock com letras suaves, que falam do dia-a-dia de uma forma muito direta e que se encaixa perfeitamente na levada da música, que trazem ainda uma lembrança de influência da MPB. 

As músicas que ouvi estão num clima de acústico e me transportaram para um cenário de lazer, tipo aquele som que você pode ouvir tanto em uma noitada com os amigos quanto em uma tarde de domingo em casa.

Surpreendi-me com a facilidade com que eles conseguem fazer suas músicas se identificarem com o nosso cotidiano e isso foi o que e chamou a atenção, mesmo a pitada MPB não sendo o meu estilo. Gosto de ser surpreendido dessa forma, quando estou pronto para recusar e, ao ouvir o som, vejo-me obrigado a voltar atrás e dizer: “e não é que é um som muito bom?”. 

Sorte a Sul é realmente uma banda diferente. Tem músicas para curtir, para dançar ou simplesmente ouvir sozinho mesmo. Essa abrangência não é comum e exige muito bom gosto e dosagem certa de ritmos. Faço das palavras de Daniel Medeiros as minhas: “música para se ouvir de chinelos”. 

Das músicas que ouvi, tive minha preferida em Alma colorida. Primeiro pela introdução; as cordas estão ótimas. Segundo pela letra que tem pitadas de símbolos (recurso que não canso de dizer ser um dos que mais admiro em músicas). A melodia rápida em contraposição aos instrumentais suaves também foi uma boa sacada! Ótima música! Outra boa é Mundo esquito, com letra contendo toque de ironia e crítica.

Convido a todos para escutar essa banda, mesmo aos que curtem o rock mais pesado, pois a harmonia que eles criaram sem cair na mesmice do pop atual é algo que vale a pena conferir!

Precisamos de mais bandas assim. Parabéns, Sorte a Sul, por contribuir com qualidade e diversidade ao pop-rock! Bom som!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

(In)dependentes

Tem gente que acha lindo dizer que é independente. Mas, vem cá, ser independente significa "não depender de ninguém além de si mesmo". Na prática, impossível.

(Não. A Sorte a Sul não fechou contrato com nenhuma gravadora – e, vá lá, desde que isso não influencie na obra do artista, qual é o verdadeiro mal? Chico Buarque, Paulinho Moska, The Beatles, Zeca Baleiro, Dave Matthews Band, Coldplay, Tom Jobim. Seja sincero: você desqualificaria qualquer um desses?)

O que muitos não percebem é que os independentes são os que mais dependem de ajuda. Nesse mundo ninguém faz nada sozinho. Aliás, banda não é plural de músico?

Além dos quatro, cinco ou seis, integrantes que compõe um conjunto, não podemos esquecer dos amigos-artistas. Eles são muito importantes. No nosso caso, particularmente, tivemos Sorte. Conhecemos muita gente que desenha, pinta, canta, atua, etc.

Temos o prazer de cumprimentar quem, nobremente, oferece seu talento. São os casos de Vinni Gennaro, Gus Malucelli e Claudio Alves. Tem também o Eduardo Rosa. Mas esse é de casa.





3. Claudio Alves - http://vimeo.com/user4309893


4. Eduardo Rosa - http://www.flickr.com/eduardorosa/ (autor da ilustração do blog)

Se você também é um artista 
e gostaria de criar com o tema Sorte a Sul, 
fique à vontade. 
Nosso contato é 
sorteasul@gmail.com 
:)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

SWU - Binóculos, Sax e Percussão

por Lucas Sfair

Fui ao SWU no papel de observador. Minha ideia genial foi comprar um binóculo na primeira parada do ônibus rumo a SP. Isso me garantiu privilégios, como verificar a marca dos instrumentos utilizados, além de poupar esforço - não precisei ficar esmagado lá na frente só para ver os músicos de perto. 

Foi o evento mais importante da minha carreira musical. Assim como uma Feira de Tecnologia ou uma Copa do Mundo, lá estavam todos os profissionais já estabelecidos e as tendências da música mundial. E eu vi tudo de perto. Eu e o meu binóculo.


O segundo dia foi, pra mim, o primeiro. Depois de assistir Dave Matthews Band, Regina Spektor e Sublime With Rome, poderia ter ido embora satisfeito. No futuro, talvez eu esqueça de tudo - ou quase tudo - o que aconteceu no primeiro e no terceiro dia do festival. Mas dessas 3 bandas, jamais.

Antes de tudo, vale esclarecer que eu não fui até lá exclusivamente por ninguém. Aliás, vergonhosamente, eu não sabia cantar junto em quase nenhum dos shows - principalmente naqueles que foram os meus favoritos. Era mente, ouvidos e olhos abertos, na mesma proporção, para todas as bandas. 

OS MELHORES DO SWU

1. Dave Matthews Band

Uns cearenses que estavam próximos de mim gritavam euforicamente por "Daví, Matheus e Banda". E, quando o Dave, com toda sua nobreza e cachecol branco, tomou o posto no palco, os mesmos caras diriam "Xi, só veio o Daví. O Matheus não veio, não.". 

Mas a banda veio - e que banda! Finalmente entendi o conceito do que é uma banda. Musical e visualmente envolvente, foi a melhor performance de todo o festival. Trompete, Sax Tenor, Violino, Bateria, Guitarra, Baixo, Violão de Aço e vozes. Sete músicos no palco. Dez em todos os critérios.


Sabe como você percebe que adora uma banda? Quando ela para de tocar e você sente falta. Para entender do que eu tou falando, preste atenção nesse vídeo, em especial aos 6m40s. Um solo de violino sobrenatural. Quem tava lá embaixo teve que buscar o queixo no chão, tomando cuidado pra não ser pisoteado. 

 2. Regina Spektor 

Foi o meu presente do SWU. Foi encantador. Não queria que acabasse nunca. Formado por Piano, Violoncelo, Violino e Bateria, tinha a sonoridade mais diferente de todas as bandas que subiram nos palcos do festival.

Gostaria de fazer um comparativo entre a Regina e a Joss Stone, sobre a beleza musical das duas. A Joss é aquilo: entra com um vozeirão desgraçado, arrepia, encanta à primeira vista. Tem uma potência única. O problema é que é única mesmo - o show inteiro é a mesma coisa, as músicas tem a mesma frequência. É enjoativo. 

Já a Regina, à primeira vista, gera desconfiança. Você pensa, ué, o que é isso? E acaba se perdendo em um labirinto sem volta. Ela vai se tornando cada vez mais interessante, impressionando você aos poucos e, de repente, você está completamente apaixonado, seduzido - é inescapável.

Em resumo, avaliadas pela MUSICALIDADE, a Joss Stone é uma mulher pra você passar uma noite. E a Regina para você levar ao altar. 

3. Sublime With Rome

Quem tem boca vai à Roma. E com uma voz dessa, olha onde esse tal de Rome chegou: à frente de uma das bandas mais consagradas do Ska mundial. Ele tem estilo, tem presença, toca guitarra com um timbre fantástico e tem a mesma voz de seu antecessor. Fica a pergunta: como pode alguém nascer para substituir outra pessoa?

Parece ser exatamente essa a missão do Rome aqui na Terra. E as composições novas do Sublime estão ao nível de tudo o que a banda já fez. 

Pra completar, o sol estava se ponto no lado do palco. Enorme, alaranjado... e toda a juventude enlouquecida pelo som mais jovial do festival. Se você tem entre 16 a 30 anos, o Sublime vai te conquistar. Não tente fugir.

4. Brothers Of Brasil

A expectativa era grande para a primeira banda do festival. E adivinha quem que entrou no palco? O SUPLA, cara. Inacreditável. Tudo bem, vamos esperar para ver o que acontece.

E não é que o Supla, junto ao seu irmão, João, fizeram um dos sons mais originais de todos? ESQUEÇA A JAPA GIRL, POR FAVOR.

Um violão de nylon, tocado ao estilo Bossa Nova, e uma bateria, tocada por Supla com uma pegada rockeira em ritmo abrasileirado. Músicas influenciadas pelos anos 60 e pela música brasileira antiga resultaram em uma canção que gostei muito, chamada I Hate The Beatles.


QUAL É A DO TÍTULO DESSE POST?

De todas as bandas que tocaram no palco principal do SWU, absolutamente nenhuma utilizou percussão. Isso é algo bizarro. Não é? E de todas as bandas que utilizaram metais, o Sax foi o único que estava presente em todos os casos (Joss Stone, Sublime, Dave Matthews, Los Hermanos, entre outros). Que bom, porque eu toco sax. =D

Desculpem-se por um post tão grande. Mas o festival não era nem um pouco pequeno. E até a próxima, galera! 

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Questão de estilo

por Lucas Sfair


Cara, é realmente complicado essa história de "que estilo de música vc gosta?"

Eu me atrapalho muito pra dar uma resposta. Mas confesso que levanto a mesma questão pros outros. É inevitável.

No ano passado, procurei uma fonoaudióloga para me ajudar com emissão de ar, articulação e outros probleminhas do mundo dos cantores. Em todas as sessões ela queria saber se eu já tinha decidido qual estilo musical seguir. Vem cá: por acaso segregação musical é lei?

Às vezes sou um pouco contraditório, porque detesto quando a resposta é "ah eu gosto de tudo". Isso é a mesma coisa que responder "ah não gosto de nada". Então, pra mim, estilo musical favorito é uma das coisas mais difíceis que existe. Afinal, é como toda decisão: escolhendo um, você exclui os outros.

Bom. Vamos deixar essa eterna discussão de lado e eu vou postar aqui 3 excelentes músicas, de estilos e épocas diferentes. Adoro todas, cada uma à sua maneira.

1. Coldplay - Shiver (live 2003)


2. Lovin' Spoonful - Summer in the City (live 1966)



3. Louis Armstrong - Hello Doly (live 194?)



ps - pra quem chegou até aqui, vou adiantar um segredinho: vá ao Ambiental Bar dia 17 de outubro (domingo) e ouça a Sorte a Sul tocar a primeira música dessa lista.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A cópia mais original dos Beatles





por Lucas Sfair

Eu sei que comparar qualquer banda aos Beatles é tão perigoso quanto comparar um jogador ao Pelé. Portanto, vamos com calma. 

Quem ouve Oasis, indiretamente, está ouvindo Beatles. Os irmãos Gallagher são tão fanáticos pelos Fab Four que parece que o sonho da banda é emplacar um próximo álbum pós - Abbey Road.

Claro, eles não têm nem a metade da capacidade de inovação que os rapazes de Liverpool tiveram. Mas quem é que tem?

Oasis é, sim, uma banda criativa. Mas, ao contrário dos Beatles (principalmente a partir da segunda fase),  suas composições são fáceis de referenciar. E lá vai o maior exemplo.



Logo na introdução de Don’t Look Back in Anger (uma excelente música, na minha opinião), não lhe bate aquela vontade de cantar “Imagine all the people...”? Se você ainda acredita que seja um coincidência, prepare-se. 


Aos 32 segundos do vídeo, são proferidas as seguintes frases: “So I’ll start a REVOLUTION FROM MY BED”. Você sabe o que isso significa? Ou simplesmente assistiu o clipe e pensou “que massa, o cara tá na cama no meio da piscina falando em revolução”?

Saiba que Bed-In é o nome de um protesto contra a guerra do vietã, realizado em 1969 por John Lennon e Yoko Ono. Eles ficaram cerca de uma semana sem sair da cama, convocando a imprensa e falando sobre paz. Daí o famoso slogan-Lennon “Give peace a chance”. Para saber mais, clique aqui.



Bom, esse post não é nenhuma crítica contra o Oasis. Pelo contrário, sou fã da banda e adoro essas referências descaradas que eles fazem. Certo dia, um amigo me disse que para ele "ouvir Beatles é como andar de fusca".

Bom, se é assim, o Oasis são tunadores de carro. Simplesmente pegaram o fusca e o adaptaram pra nossa geração. É como o New Beatle: maneiro, mas nada inovador. 

Será que você concorda comigo? Aguardo seu comentário.